Diante da tragédia do Museu Nacional, onde perdemos um importante acervo da nossa história, ficou a reflexão sobre nosso interesse pelos museus das nossas cidades. É muito comum viajarmos e visitarmos diversos museus, mas e na nossa própria cidade? O dia a dia é muito corrido e não temos tempo?
Se você quer mudar isso, que tal conhecer um pouco da história do café?
Selecionamos dois passeios muito legais!
1 Museu do Café de Santos
Assim como outras paixões nacionais o café também tem um Museu para chamar de seu. Localizado na cidade portuária de Santos (SP), a importância do Museu do Café vai além de sua data oficial de abertura, em 1998. Antes disso, o prédio abrigou a primeira bolsa de valores oficial dedicada ao comércio de café. Os tempos mudaram e hoje o museu é referência quando falamos de preservação, pesquisa e, claro, na divulgação da história e da cultura do grão negro no país.
“A ideia [de criá-lo] partiu de um grupo de profissionais da área do café que, em 1998, pressionou o então governador Mario Covas a recuperar parcialmente o edifício da Bolsa Oficial do Café. Covas sugeriu que ali houvesse uma atividade patrimonial para contar a importância do edifício. Assim, no mesmo ano, foi constituído o Museu do Café e a Associação de Amigos do Museu do Café. A Associação se qualificou em 2008 como Organização Social de Cultura, e o Museu, nessa data, passou a integrar o rol de museus da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, profissionalizando sua atuação”, conta Marilia Bonas, diretora executiva da instituição.
O prédio escolhido para o Museu foi justamente o da já mencionada Bolsa Oficial do Café. Criada em 1922, a Bolsa servia como sede administrativa das negociações realizadas no estado de São Paulo, além de ser um edifício-monumento com arquitetura dedicada a cafeicultura. “Ambas as frentes são fundamentais para compreender a história do café e sua relação com o desenvolvimento do país até os dias de hoje”, diz a diretora.

Atualmente, o Museu é responsável pela “preservação, pesquisa e comunicação museológica, além de possuir uma série de atividades internas e externas que visam a preservação do café como objeto museológico fundamental para o Brasil”. Ela explica que projetos como história oral, mapeamento de acervos, formação de baristas, exposições temporárias e itinerantes, além de atividades culturais com o tema do café são realizados atualmente por lá.
“Visitar o Museu do Café é uma experiência ímpar. O edifício, por si só, vale a visita. Mas além disso, as exposições e atividades atendem todas as faixas etárias e dão para o público a escala de importância desse produto para o país e para o mundo”, conta.
Museu do Café de Santos
ENDEREÇO:
Rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico – Santos – SP
CEP: 11010-151
HORÁRIOS:
De terça a sábado, das 9h às 17h. Domingo, das 10h às 17h. Abertura às segundas-feiras durante a temporada de verão.
INGRESSOS:
Inteira: R$10,00.
Estudantes, funcionários da rede pública do Estado de São Paulo e terceira idade pagam meia-entrada.
Aos sábados, a entrada é gratuita.
2 Instituto Agronômico de Campinas (IAC)
O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) está aqui pertinho de São Paulo, na cidade de Campinas. A 95 km de distância da capital paulistana, nascia a instituição mais antiga e importante quando falamos de ciência aplicada à cafeicultura. Há exatos 128 anos, a pedido do imperador português D. Pedro II, em 1887. Nem mesmo a Colômbia com todo seu empenho no mercado do café tem o legado científico do café que temos aqui. O nome disso, meus caros, é pioneirismo!
As varietais icatu, obatã, tupi, caturra vermelho, caturra amarelo e bourbon amarelo são familiares para você?! Então saiba que todas elas são tecnologia desenvolvida no IAC. Isso mesmo! Antes de pesquisas brasileiras essas variedades não existiam na natureza, nem mesmo na Etiópia (terra natal das plantas de café).
Essas variedades e mais outras 60 cultivares comerciais de café arábica e uma cultivar de robusta foram desenvolvidas no século passado. Esse resultado é frutos de um programa especial do instituto, chamado de melhoramento genético. Com ele, o maior e mais ativo banco de germoplasma do Brasil é gerenciado pelos pesquisadores do IAC.
São 16 espécies, uma grande diversidade de formas botânicas, mutações e variedades exóticas originados pela diversificação de c. arabica e c. canephora. Um total de 5.451 acessos e 30.000 plantas estão sob os cuidados do Estado de São Paulo.
“É importante ressaltar que todas as pesquisas de melhoramento genético foram financiadas pelo governos Federal e Estadual. A nossa instituição não lucra com o conhecimento produzido”, explica Giomo. Por esta razão, a maioria de sua tecnologia é livre para outros usarem.
Para quem desconhecia a existência desse importante centro de estudos precisa saber que o IAC é um instituto de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Com sede no município de Campinas, tem recebido a denominação de Estação Agronômica de Campinas e sua administração passou para o Governo do Estado de São Paulo em 1892.
Sua atuação engloba diversos alimentos e visa buscar soluções e competitividade nos mercados agrícolas internos e externos. Conta com 161 pesquisadores científicos e 319 funcionários de apoio. Segundo o IAC, sua área física de 1.279 hectares de terras abriga a Sede, Centro Experimental Central e 12 Centros de Pesquisa distribuídos entre: Campinas, Cordeirópolis, Jundiaí, Ribeirão Preto e Votuporanga. Todos ocupados com casas de vegetação, laboratórios e demais infraestrutura.
Ficou curioso para conhecer o trabalho deles de perto, você pode visitar! Saiba mais como agendar seu passeio aqui.
Instituto Agronômico de Campinas
ENDEREÇO:
Sede do Instituto Agronômico
Avenida Barão de Itapura, 1.481
Botafogo
Campinas (SP) Brasil
CEP 13020-902
Fone (19) 2137-0600
As visitas devem ser agendadas com antecedência!
E você, conhece mais algum passeio pela história do café? Compartilhe conosco nos comentários 😉
Uma pena o de Ribeirão Preto, onde fui tentar conhecer com a minha namorada e a nossa prima. Descobrimos que o descaso lá também é total e está até interditado pois não tem manutenção e oferece risco para os visitantes.
Oi Renato, é mesmo? Uma pena…:(