Café com Arte #Munch

Quinta Parada: Café com Alma – Munch (Noruega)

Aventureiros apaixonados por café, vamos seguir viagem?

Deixaremos as mesas de café da manhã da Suécia e pararemos um pouco mais acima, logo ali ao lado, em uma Noruega mais sombria. Estamos em 1863 na cidade de Kristiania, atual Oslo, quando nasce Edvard Munch (1863 – 1944).

Munch colocou a Noruega definitivamente na História das Artes.

Sua produção, de mais de 1700 obras, tendo “O Grito” (1893) – parte integrante da série “O Friso da Vida” -, como a mais famosa, procurava revelar a alma humana, suas dores, angústias, inquietações e medos. Artista expressionista, Munch queria passar para a tela toda a experiência que vivia em seu interior, seus sentimentos e emoções com a maior profundidade possível.

imagem Dor e Sofrimento

Dor e sofrimento

Teve uma infância marcada pela doença e pela morte: sua mãe faleceu quando tinha cinco anos, perdeu a irmã mais velha por tuberculose aos 15 anos, a mais nova foi internada com diagnóstico de esquizofrenia, outra irmã morreu após se casar e, ele mesmo, teve diversas doenças ao longo da vida. Todo este sofrimento e dor foram retratados em suas telas, como:

imagem Amor e Dor

Amor e Dor (1893-1894)

imagem A menina doente

A menina doente (1885-1926)

A menina doente (1885-1926), seis pinturas e litografias realizadas por Munch que retratam o momento anterior a morte da irmã Johanne Sophie (1862–1877). E, talvez tenham sido justamente eles, o sofrimento e a dor, que fizeram sua Arte ser o que é.

Também utilizava a pintura como uma forma de lutar contra a sociedade da época.

Um exemplo é a tela O dia seguinte (1894):

imagem O dia seguinte

O dia seguinte (1894)

Munch largou o curso de engenharia para estudar na Escola de Artes e Ofícios, viajou para Paris, onde descobre e se inspira em Vincent Van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903). Expôs em Berlim em 1892, mas teve sua exposição cancelada na semana seguinte, pois causara grande choque.

Viaja muito, leva uma vida bastante movimentada e cosmopolita, quando em 1908, com uma crise nervosa intensificada pelo álcool, acaba sendo internado em uma clínica para doentes mentais na Dinamarca.

Em 1909, já fora da clínica, acaba tendo reconhecimento e vendendo quadros após uma exposição e ganha concurso para decorar a Universidade de Oslo.

Em 1923, torna-se membro da Academia Alemã de Belas Artes, mesmo ano em que falece sua irmã. Em 1928, cria os murais da Câmara Municipal de Oslo. Procura, então, viver mais retirado e solitariamente próximo à cidade.

imagem Estúdio de Munch

Estúdio de Munch (1925)

Porém, até o final de sua vida o sofrimento o acompanhou.

Foi considerado pelo governo nazista um “artista degenerado”.

Tendo todas as suas obras retiradas dos museus e salões da Alemanha. Em 1940, com a Noruega já ocupada pelo exército alemão, foi convidado pelo governo para fazer parte de um Conselho Honorário de Arte, mas Munch não aceita. Morre na cidade de Ekely, em 1944, antes do fim do regime nazista.

O café de Munch

Não sabemos se Munch apreciava um bom cafezinho.

O certo é que, na sua época, os Noruegueses já tomavam muito café (em 1780 a Noruega era o país que consumia mais café sem ter uma colônia cafeeira e no século XIX sua popularidade era ainda maior) o que o fez retratar em duas pinturas distintas e em momentos diferentes de sua trajetória de vida, na tela Na mesa de café (1883).

imagem Na mesa de café

Na mesa de café (1883)

imagem Mulher em um vestido azul servindo café

Mulher em um vestido azul servindo café (1924-1926)

Com os mesmos traços fortes e profundos expressionistas. Na segunda tela, apesar de terem sido utilizadas cores mais claras, a dor e a solidão da pessoa retratada são perceptíveis. Parece que Munch conseguia captar realmente o que a alma das pessoas estava vivendo, mesmo quando se serviam de uma xícara de café.

Essas e mais de mil obras do pintor podem ser vistas no Museu Munch, em Oslo e no Museu Nacional da Noruega.

E para conhecer mais sobre este artista, assista o episódio da série Os Grandes Artistas  (em inglês com legendas em português) sobre Munch.

E você, tem gostado da nossa viagem? Conte para a gente nos comentários abaixo.

Até a próxima parada, em mais um Café com Arte!

Não deixe de ler:

Quarta parada com: Hanna Hirsch-Pauli

Terceira parada com: Rafael Barradas

Segunda parada com: Jean-Baptiste Debret

Primeira parada com: Cândido Portinari

Carol Lemos – jornalista, mudou-se de São Paulo para Alto Paraíso, onde encontra inspiração para escrever e cuidar dos pequenos Uirá Alecrim e Dhyan Eté. Carol escreve semanalmente para o blog do Grão Gourmet. E-mail: carolinalcoimbra@gmail.com.

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2 thoughts on “Café com Arte #Munch

    • Renata Kurusu Gancev says:

      Obrigada Marcelo! E boa leitura com um ótimo café 😉
      Em breve você receberá o seu café da assinatura!

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