Café com Arte #Renoir

Sexta Parada: Alegria de viver – Renoir (França)

Continuamos nossa aventura, caros viajantes, e das sombras da doença, do medo e da morte seguimos para as cores e a alegria de viver de Pierre Auguste Renoir (1841-1919) na França de 1841, mais especificamente na cidade de Limoges, onde nascia o pintor e escultor.

Renoir teve uma infância tranquila e alegre, junto aos seus pais. Aos quatro anos, se mudou com a família para Paris e lá viveu a maior parte de sua vida. Inclusive, sua primeira casa era bem próxima do Louvre, onde, conta-se, na sua adolescência passava horas em suas galerias.

Aos treze anos, por conta de dificuldades financeiras na família, Renoir foi trabalhar em uma fábrica de porcelanas, pintando buquês e flores nas peças. Esse seu primeiro contato com a pintura durou até os 17 anos, quando toda a Europa passou por um processo de mecanização do trabalho e, inclusive na fábrica em que trabalhava, Renoir perdeu o emprego para uma máquina que fazia os desenhos nas porcelanas. Foi então trabalhar como pintor de temas religiosos em leques e tecidos.

Os Impressionistas

Em 1862, Renoir entra na Escola de Belas Artes e também começa a fazer parte do Ateliê do pintor suíço Charles Gleyre (1806 – 1874). Lá, conheceu e ficou amigo de Frédéric Bazille (1841 – 1870), Alfred Sisley (1839-1899) e Claude Monet (1840-1926), com quem também pintava muito ao ar livre.

Foi justamente nesta época, em suas excursões de pintura ao ar livre, teorizações e conversas que os amigos tentam captar nas telas a luz do sol, suas sombras e suas cores e, assim, surge o Impressionismo.

imagem Estúdio em Batignolles

Na obra, acima, Estúdio em Batignolles (1870), de Fatin-Latour (1836-1904), aparecem Scholderer, Renoir (de pé com um chapéu), Astruc, Zola, Maitre, Bazille e Monet todos em volta de Édouard Manet (1832-1883). Les Batignolles é o bairro parisiense onde vivia Manet e alguns dos futuros impressionistas.

Renoir começa a exibir seus quadros no Salão de Paris, em 1864. Dois anos depois, pinta A taverna da Tia Antony (1866), a primeira tela que encontramos registro do nosso amado cafezinho:

imagem A taverna da Tia Antony

A modelo Lise

É em 1868 que tem seu primeiro sucesso com a obra Lise com sombrinha (1867):

imagem Lise com sombrinha

Lise Trèhot (1848-1922) foi a principal modelo de Renoir durante os anos de 1866 e 1871. Mais de vinte pinturas do artista foram feitas com ela posando, entre elas No Verão (1868) e Mulher com periquito (1871):

imagem Mulher com periquito

Não há consenso entre os historiadores sobre a natureza da relação entre Renoir e Lise. Dizem que ela teve dois filhos com ele, um chamado Pierre em 1868 (sem clareza do que aconteceu com ele, provavelmente faleceu na infância) e uma filha chamada Jeanne (1870-1934), adotada por uma enfermeira. Renoir secretamente apoiou financeiramente Jeanne até a sua morte (e após a sua morte, ela continuou a receber apoio via Ambroise Vollard, negociante de obras de arte), mas ele nunca a reconheceu legalmente. Também é desconhecidas as razões de Tréhot parar de modelar para Renoir depois de 1872. Dizem que ela nunca mais o viu ou falou com ele. Mesmo ela fazendo parte de uma fase importante da vida do pintor, Renoir nunca a mencionou em entrevistas, memórias ou biografias.

Em 1870, eclode a Guerra Franco-Prussiana e os amigos pintores se separam. Renoir se alista para a cavalaria e retorna em um ano por conta de uma doença. Bazille não teve a mesma sorte, e morre aos 28 anos na guerra.

Renoir e sua alegria de viver

Dizem que Renoir nunca pintava quando estava triste, apenas quando estava alegre. Talvez por isso suas obras tenham tanta cor e nos passem tanta alegria e frescura. A mais famosa, Le bau du Moulin de la Galette ou O Baile no Moulin de la Galette (1876), exposta pela primeira vez no Museu D’Orsay na terceira exposição dos Impressionistas em 1877, capta a vivacidade e a atmosfera alegre desta popular dança de jardim no bairro de Montmartre e a Bélle Époque de Paris.

imagem O Baile no Moulin de la Galette

Os mesmos tons de azul parecem aparecer na tela de mesmo ano, No Café (1877):

imagem No Café

Dois anos depois pinta No fim do almoço (1979), que junta o adorado cafezinho pós refeição com seu companheiro corriqueiro, o tabaco:

imagem No fim do almoço

A sensualidade feminina também foi foco nas pinturas de Renoir e os retratos individuais ou em grupo são a maioria de suas obras. A tela abaixo (não encontrado nome e data) parece retratar o final de um café da manhã em família:

imagem Foto 8

O primeiro reconhecimento oficial de Renoir veio quando o governo francês comprou Ao Piano (1892), em 1892.

Renoir casou-se, em 1890, com Aline Charigot (1859-1915), criadora de vestidos, que conhecia desde 1870 e com quem teve três filhos: Pierre Renoir (1885-1952), Jean Renoir (1894-1979) – grande cineasta francês – e Claude Renoir (1901-1969). Aline também foi uma das principais modelos de Renoir. Abaixo, a tela Dança no Campo (1883) retrata Aline, antes de casar com Renoir:

imagem Dança no Campo

Ao final de sua vida, Renoir fica muito doente de artrite e reumatismo, pintando com um pincel amarrado no braço. Começa, então, a esculpir com ajuda de jovens artistas e acaba tendo uma grande produção esculturas que podem ser vistas no jardim do Museu Montmartre, onde pintou diversas de suas telas. Os prédios que compõem o museu foram estúdio e moradia de muitos artistas, incluindo Renoir, e hoje em dia, os jardins foram reestruturados conforme suas telas.

Renoir morre em 1919, aos 78 anos deixando diversas obras para nossa apreciação, como Rosa e Azul (1881) que faz parte do acervo do Masp:

imagem Rosa e Azul

Para saber mais sobre a vida e obra de Renoir indicamos o quinto episódio da série Os Grandes Artistas Impressionistas – Renoir.

E o que achou desta parada? Nos conte nos comentários abaixo!

Até a próxima parada, em mais um Café com Arte!

Não deixe de ler:

Quinta parada com: Edvard Munch

Quarta parada com: Hanna Hirsch-Pauli

Terceira parada com: Rafael Barradas

Segunda parada com: Jean-Baptiste Debret

Primeira parada com: Cândido Portinari

Carol Lemos – jornalista, mudou-se de São Paulo para Alto Paraíso, onde encontra inspiração para escrever e cuidar dos pequenos Uirá Alecrim e Dhyan Eté. Carol escreve semanalmente para o blog do Grão Gourmet. E-mail: carolinalcoimbra@gmail.com.

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