Sétima parada: Pontilhando a vida – Paul Signac (França)
Continuamos nossa aventura, companheiros viajantes apreciadores de café, e desta vez, não saímos de solo Francês, nos mantemos em Paris, agora em 1863, quando nasce Paul Victor Jules Signac (1863-1935).
Signac nasceu em uma família de comerciantes e teve uma vida financeiramente tranquila. Iniciou uma formação em arquitetura, porém, após assistir à uma exposição de trabalhos de Claude Monet (1840- 1926), com 18 anos, desiste do curso para seguir carreira como pintor.
Autodidata, com 21 anos, conhece Georges Seurat (1859-1891) com quem funda a Sociedade dos Artistas Independentes, em 1884. A Sociedade organizou anualmente, durante mais de três décadas, o Salão dos Independentes, com a filosofia “sem júri, sem prêmios”, exibindo todas as correntes de arte moderna.
Neo- Impressionismo
Com Seurat, conheceu e desenvolveu o Pontilhismo, também conhecido como Divisionismo e Neo-Impressionismo. Este último termo foi criado pelo crítico de arte Félix Féneon (1861-1944),

quando olhava uma obra de Seurat, Um Domingo de Verão na Grande Jatte (1886):
Signac fica impressionado com os métodos de trabalho sistemáticos de Seurat e com sua teoria das cores. Sob sua influência, abandona as pinceladas curtas do impressionismo para experimentar com pequenos pontos cientificamente justapostos de cor pura, destinados a combinar não na tela, mas no olho do espectador, a característica definidora do pontilhismo.
Em 1889, Paul Signac escreve “De Delacroix ao Neo-impressionismo”, texto considerado fundamental para a teoria do Divisinismo.
Café da Manhã
Uma das pinturas mais famosas de Signac Café da Manhã (sala de jantar) (1886-1887), acervo do Museu Kroller-Muller retrata uma cena de café da manhã de sua própria família: em primeiro plano aparece seu avô e mais à esquerda está sua mãe. A criada também aparece, mas nenhum deles se comunica de alguma forma. A cena é iluminada pela janela, que cria um contraste com as cores escuras das roupas e as silhuetas duras de seus personagens, podendo ser uma crítica irônica às formalidades às mesa. Nesta obra, nosso adorado cafezinho se faz mais que presente, é o foco da atenção.
A vida em embarcações
Grande amante de barcos e da navegação, possuiu mais de trinta barcos e viveu a maior parte da sua vida a bordo do seu navio, o Olympia, assim chamado em homenagem ao famoso quadro de Manet:

Justamente por sua paixão por embarcações e viagens, pintou diversos portos e barcos, tendo a Porto de Saint-Tropez (1899), que pode ser vista no Museu de Annonciade.
E A gondola azul, Veneza (1909), no acervo do Museu D’ Orsay, como lindos exemplos:
Casou-se em 1892 com Berthe Robles em Paris. Em 1897 adquire uma casa em Saint-Tropez aonde constrói um estúdio, inaugurado em agosto de 1898. Em 1909 começa a namorar com Jeanne Selmersheim-Desgrange e em 1913 moram juntos, mesmo ano em que têm uma filha, Ginette. Com Berthe, mantém uma amizade por toda a vida. Signac morre em 1935, em Paris, aos 71 anos. Sua vida e obra inspirou diversos artistas da próxima geração, em especial, Henri Matisse (1869-1954).
Para conhecer suas pinturas, recomendamos este vídeo com 534 obras.
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Fonte: http://www.paulsignac.net
Até a próxima parada, em mais um Café com Arte!
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Carol Lemos – jornalista, mudou-se de São Paulo para Alto Paraíso, onde encontra inspiração para escrever e cuidar dos pequenos Uirá Alecrim e Dhyan Eté. Carol escreve semanalmente para o blog do Grão Gourmet. E-mail: carolinalcoimbra@gmail.com.
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Eu gosto de aprender com a história da arte, este pintor é ótimo, suas obras maravilhosas, é que o pointillismo é uma técnica excelente, gosto porque você pode apreciar mais brilhantemente as cores, aqui deixo uma lista dos melhores pintores de todos os tempos,
https://www.buzzfeed.com/alonzor301/les-meilleurs-peintres-pointillistes-de-tous-les-t-36ijc?utm_term=.fpAvLR42E#.tp2PDXNZy
Meus favoritos são Georges Seurat, Paul Signac, Miguel Endara e Gabino Amaya Cacho
Obrigada pelo comentário Blake! Um abraço, Renata