Parabéns pelos 468 anos São Paulo!

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Hoje é aniversário da cidade de São Paulo!

São 468 anos da cidade movida a café 😉

O café e a história de São Paulo

A economia cafeeira é o fator que desencadeou o desenvolvimento que levou a capital paulista da nona cidade do Brasil em 1872 até a metrópole global de hoje. A cultura do café, introduzida no Brasil no século XVIII, se disseminou pelo sudeste e sul do país, gerando enorme riqueza e recriando hábitos e costumes.

Cultivado inicialmente na região de Belém, o café chegou ao Rio de Janeiro. De lá se expandiu atingindo a província de São Paulo, onde se consolidou como base da economia do país nos meados do século XIX e primeiras décadas do XX.

Plantado em vales e montanhas proporcionou o surgimento de novas cidades e a dinamização e crescimento de muitas outras. Foi o café responsável pela introdução da ferrovia no estado de São Paulo, construída para escoar o principal produto de exportação brasileiro.

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Foto Guilherme Gaensly

Trouxe também aproximadamente 4 milhões de imigrantes entre o final do século XIX e início do XX, vindos especialmente da Europa.

A riqueza que fluía pelos cafezais acelerou o desenvolvimento do país e se evidenciava nas elegantes mansões dos barões fazendeiros, nas grandes construções urbanas, na difusão das artes e na importação da cultura européia, nos teatros erguidos na capital e nas novas cidades do interior paulista.

O grande impacto na produção e comércio do café se deu com a crise de 1929. Entretanto, o país se recuperou e atualmente ainda é o maior produtor mundial do grão.

O café transformou a economia e os hábitos brasileiros, das riquezas geradas ao cafezinho servido às visitas para dar sabor às conversas, das transformações na vida urbana ao cotidiano no campo.

Roteiro do café na cidade de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo, através da São Paulo Turismo, desenvolveu este roteiro que permite compreender as transformações sócio-econômicas e culturais que o dinheiro trazido por esta especiaria provocou em São Paulo, vivenciando o patrimônio material e imaterial deixado pelo “ouro negro”.

Fazem parte deste roteiro: Palácio da Justiça, Edifício Guinle, Centro Cultural Banco do Brasil, Largo do Café, Edifício Martinelli, Estação da Luz, Painel Epopéia Paulista, Parque da Luz, Pinacoteca do Estado, Estação Pinacoteca, Estação Júlio Prestes e Vila dos Ingleses.

Segue aqui um pdf com o roteiro completo!

Café e poesia

Nada como ler um poema acompanhado do seu cafezinho, segue aqui um poema do Cassiano Ricardo escrito em 1928, que continua muito atual e mostra a relação antiga entre o café e a cidade de São Paulo!

café e livros imagem

“Café-Expresso

Café-expresso — está escrito na porta.
Entro com muita pressa. Meio tonto,
por haver acordado tão cedo…
E pronto! parece um brinquedo…
cai o café na xícara pra gente
maquinalmente.

E eu sinto o gosto, o aroma, o sangue quente de São Paulo
nesta pequena noite líquida e cheirosa
que é a minha xícara de café.
A minha xícara de café
é o resumo de todas as coisas que vi na fazenda e me vêm à memória
[apagada…

Na minha memória anda um carro de bois a bater as porteiras da
[estrada…
Na minha memória pousou um pinhé a gritar: crapinhé!
E passam uns homens
que levam às costas
jacás multicores
com grãos de café.

E piscam lá dentro, no fundo do meu coração,
uns olhos negros de cabocla a olhar pra mim
com seu vestido de alecrim e pés no chão.

E uma casinha cor de luar na tarde roxo-rosa…
Um cuitelinho verde sussurrando enfiando o bico na catléia cor de
[sol que floriu no portão…
E o fazendeiro, calculando a safra do espigão…

Mas acima de tudo
aqueles olhos de veludo da cabocla maliciosa a olhar pra mim
como dois grandes pingos de café
que me caíram dentro da alma
e me deixaram pensativo assim…

Mas eu não tenho tempo pra pensar nessas coisas!
Estou com pressa. Muita pressa.
A manhã já desceu do trigésimo andar
daquele arranha-céu colorido onde mora.
Ouço a vida gritando lá fora!
Duzentos réis, e saio. A rua é um vozerio.
Sobe-e-desce de gente que vai pras fábricas.

Pralapracá de automóveis. Buzinas. Letreiros.
Compro um jornal. O Estado! O Diário Nacional!
Levanto a gola do sobretudo, por causa do frio.
E lá me vou pro trabalho, pensando…

Ó meu São Paulo!
Ó minha uiara de cabelo vermelho!
Ó cidade dos homens que acordam mais cedo no mundo! “

In: RICARDO, Cassiano. Martim Cererê: o Brasil dos meninos, dos poetas e dos heróis. Ed. crít. Marlene Gomes Mendes, Deila Conceição Perez e Jayro José Xavier. Pref. Telê Ancona Lopez. Rio de Janeiro: Antares; Brasília: INL: Fundação Pró-Memória, 198.

Fonte:

Capital SP

Escritas

Presentes com café!

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