Café é o nome da semente do cafeeiro que pertence à família botânica das Rubiáceas, cujo gênero é denominado Coffea.
Entre as muitas espécies desse gênero, destacam-se três:
- Coffea arabica
- Suas variedades mais comuns são a Typica e o Bourbon, que originaram outras cultivares como a Caturra (Brasil e Colômbia), Mundo Novo (Brasil), Tico (América Central), San Ramon (América Central), Blue Mountain (Jamaica) e Sumatra (Indonésia). Dessas ainda originaram-se outras como a Catuaí, híbrido do Mundo Novo e do Caturra.
- Coffea canephora
- Sua variedade mais comum é a Robusta, sendo cultivada na África ocidental e central, no sudoeste da Ásia e em algumas regiões do Brasil, onde é conhecida como Conilon.
- Coffea liberica
- Sua variedade é chamada de Dewevrei, conhecida como Excelsa, e é nativa da África, não sendo muito demandada.
Economicamente, as duas espécies mais cultivadas são a Coffea arabica (representando cerca de 60% da produção mundial) e a Coffea canephora. A primeira possui frutos ovais que amadurecem entre 7 e 9 meses, e a segunda possui frutos arredondados que levam até 11 meses para amadurecer.
Os frutos ocorrem ao longo dos ramos do cafeeiro e cada fruto é formado pela casca externa, cuja coloração é vermelha ou amarela (dependendo da cultivar) quando está maduro. Abaixo da casca há uma polpa (mesocarpo) e seguida dessa uma camada gelatinosa (mucilagem), que fica em contato com a cobertura chamada de pergaminho (endocarpo), que envolve os grãos (duas sementes).
O cultivo comercial do café requer condições ambientais específicas, como:
- Temperaturas médias ideais de 15°C a 24°C (arábica), 24°C a 30°C (robusta);
- Precipitação pluvial de 1.500 a 3.000 mm/ano;
- Altitude entre o nível do mar e cerca de 800 m para o robusta, e altitudes mais altas, frequentemente regiões montanhosas para o arábica;
- Luz solar;
- Solo adequado, cujas propriedades variam com o uso apropriado de fertilizantes.
O plantio deve ser feito durante o período de chuvas, onde o solo esteja úmido. Posteriormente são feitas adubação (matéria orgânica e adubos minerais) e calagem (aplicação de calcário), de acordo com a análise do solo.
Na cafeicultura os nutrientes mais utilizados para enriquecer o solo são os fertilizantes à base de nitrogênio, fosfato e potássio (NPK). São utilizados também nutrientes secundários como manganês, ferro, boro e zinco. Os três elementos acima citados são combinados de forma específica, dependendo da natureza do solo, regime e intensidade das chuvas, idade do cafeeiro e valor genético do material.
Os parâmetros climáticos são os que mais interferem na produção do café, pois afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas de diversas formas. Como exemplo podemos citar a geada, aquele orvalho decorrente da queda extrema da temperatura que pode ou não formar uma deposição de gelo sobre as superfícies das plantas, que já foi responsável por algumas quebras de safras do café. Esse tipo de geada afeta as plantas pela ação de ventos muito frios, que causam a queda da temperatura do tecido, abaixo do limite correspondente ao ponto de congelamento interno. Cada cultura possui uma temperatura crítica na qual ocorre o congelamento interno do tecido, no caso do café essa temperatura é de 2°C (abrigo meteorológico), segundo dados do CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).